terça-feira, 6 de março de 2012

Prática da leitura, habilidades e níveis de proficiência

Professor Coordenador  - Maria Ofelia Tupan
OBJETIVOS: 1 Estudo da prática de leitura/habilidades e níveis de proficiencia
 

É preciso deixar claro, que todas as disciplinas exigem a prática da leitura. A leitura é essencial e sua aplicabilidade se faz independente do nível de escolaridade. Serão apresentados cinco níveis e discutidos, que em cada nível algumas habilidades previstas se destacam mais que outras, mas também é possível que as mesmas habilidades, mesmo em menor freqüência, apareçam em outros níveis, dado que uma competência não se faz de processos estáticos, mas de um continuum que envolverá, sempre, conhecimentos, habilidades e atitudes do sujeito para dar conta do texto lido. O fato de determinados alunos estarem agrupados em um nível não significa dizer que esses alunos não tenham ainda desenvolvido algumas habilidades contidas no nível seguinte. O que determinará, entretanto, que esse grupo esteja em um nível e não em outro é exatamente o fato de ele demonstrar não uma, mas um conjunto de habilidades desenvolvidas, que caracterizarão cada nível.
v  Primeiro nível (0 a 150)
v  Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso
(propagandas, quadrinhos, foto, mapas, esquemas gráficos ilustrações e outros)

Reflexão - Quanto tempo  é destinado ao desenvolvimento específico dessa habilidade ? É preciso maior investimento nos pontos que se apresentam mais fracos.

v Localizar informações explícitas em um texto.
          Essa habilidade deve ser trabalhada em todas as disciplinas, O aluno poderá usar caneta marca-texto para iluminar informações relevantes numa leitura de estudo ou de trabalho, essas informações  poderão ser organizadas de várias formas , através de produção de resumos, sinopses,ou  seqüênciar as  informações por ordem cronológica , causa e conseqüência,etc.  A produção desses textos  deve garantir que  o conhecimento apropriado pelo aluno seja evidenciado , com o uso de  linguagem adequada ao gênero e ao tema   proposto pelo professor,  não esquecendo que cada gênero tem uma finalidade. Cabe ao professor determinar claramente o gênero no qual deve ser elaborado o texto, orientar o aluno em relação à estrutura do gênero pedido – resumo, resenha, artigos de opinião, sinopses e outros, sempre atrelados aos objetivos – Ler para estudar Ler para construir repertório – temático ou de linguagem – para produzir outros textos;-  Professores observem bem as  duas questões – repertoriar o aluno quanto a uma temática e quanto ao uso adequado de linguagem especificas , determinadas pela finalidade e intencionalidade do texto que se lê ou se produz
v Identificar o tema de um texto 
Do mesmo modo que já foi explicitado, todas as disciplinas deverão trabalhar com essa habilidade. Todo texto lido possui um tema, é importante que o aluno destaque-o e compreenda .

v Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações;
A leitura só pode ser considerada fluente quando existe  respeito à pontuação,dando   a entonação a leitura revelando a fala do autor e de seus interlocutores

v Inferir uma informação implícita em um texto


v Estabelecer relação causa/conseqüência entre partes e elementos que constroem a narrativa
Lembrete Amigo
Lembre-se este é o  nível  abaixo do básico, porém todo trabalho  de leitura  deve passar por este caminho
1 Leitura pelo professor - objetivo é servir de modelo para os alunos,
2 Leitura pelo aluno – em grupos ou individual para conhecer o texto e o assunto. Podendo ser coral, compartilhada,silenciosa,em voz alta   etc.
3 Ler para obter uma informação específica; ler para obter uma informação geral; ler para seguir instruções (de montagem, de orientação geográfica...); ler para aprender; ler para revisar um texto; ler para construir repertório – temático ou de linguagem – para produzir outros textos; ler oralmente para apresentar um texto a uma audiência (numa conferência, num sarau, num jornal...);ler para praticar a leitura em voz alta para uma situação de leitura dramática, de gravação de áudio, de representação...; reler para verificar se houve compreensão; ler por prazer estético.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Pragmática em gotas

O termo pragmática é derivado do grego pragma, significando coisa, objeto, principalmente no sentido de algo feito ou produzido, sendo que o verbo pracein, significa precisamente agir, fazer. Os romanos traduziram pragma pelo latim res, o termo genérico para coisa, perdendo talvez com isso a conotação do fazer ou agir presente no grego.
A pragmática pressupõe uma concepção segundo a qual o significado é relativo a contextos determinados e deve ser considerado a partir do uso dos termos e expressões lingüísticos utilizados nesses contextos. Isso não equivale ao “vale tudo”, porque o significado não é visto como arbitrário, mas como dependente do contexto. A consideração do uso envolve, portanto, a determinação das regras e condições de uso que caracterizam os contextos específicos em que o significado se constitui. Afirmar que o significado é “relativo ao contexto” não é o mesmo que afirmar o “relativismo” semântico, cognitivo, ou ético, se “relativismo” significa que todas as posições se equivalem e são igualmente válidas, ou a tese de Humpty Dumpty segundo a qual podemos significar o que quisermos. Ao contrário, a consideração de regras, convenções e condições de uso, exclui a arbitrariedade, explicitando o processo de constituição e de alteração do significado de uma palavra ou expressão lingüística.

A fronteira entre a semântica e a pragmática é normalmente traçada a partir da noção de contexto. As significações lingüísticas a priori independem do contexto, enquanto as significações pragmáticas emergem do contexto (cf. Moura, 2000).
Para a semântica, é o contexto lingüístico que opera como regulador. Uma palavra como casa só terá seu valor (função sintática, classe gramatical e significado) definido quando inserida num contexto frasal. Em quem casa(1) quer casa(2), verifica-se que casa(1) é o núcleo do predicado da primeira oração, é portanto uma forma verbal e significa contrai matrimônio; já casa(2) funciona como objeto para o verbo querer, é por isso um substantivo e significa moradia.
Para a pragmática, é o contexto extralingüístico (também considerado conhecimento de mundo, cosmovisão) quem opera como regulador dos valores a serem identificados. Por exemplo, a definição da variedade lingüística a ser usada em uma conferência ou numa sala de bate-papo é um valor de natureza pragmática, que envolve a ativação de roteiros de ação e de enquadramento sócio-discursivo.

Estrutura da notícia

A NOTÍCIA E SUA ESTRUTURA
        FONTE: Professora Joanita Mota Ataíde      Universidade Federal do Maranhão

1- O TRIPÉ DA ESTRUTURA
  A notícia é formada por três partes: título, cabeça e corpo.
2- TÍTULO
  O “(...) título é a frase (...) composta em letras grandes que se dispõe acima do texto, com a finalidade básica de dar ao leitor uma orientação geral sobre a matéria que encabeça e despertar o interesse pela leitura”. (Joaquim Douglas, 1966)
3- CABEÇA
  A cabeça ou lead é a introdução ou abertura de uma notícia ou reportagem. O lead em geral é constituído do primeiro parágrafo. A palavra provém do inglês, que significa “comando”, “primeiro lugar”, “liderar”, “guiar”, “induzir”, “encabeçar”.
3.1- CONCEITOS
  Tendo em vista seu significado na língua de origem e o uso que dele é feito no jornalismo, o lead é a abertura de uma notícia, reportagem, etc., onde (segundo Fraser Bond) se apresenta sucintamente o assunto ou se destaca o fato essencial, o clímax da história.
  Concebe-se o lead também como um resumo inicial, constituído dos elementos fundamentais do relato a ser desenvolvido no corpo do texto jornalístico.
3.2- OBJETIVO
O lead torna possível ao leitor, que dispõe de pouco tempo, tomar conhecimento do fundamental de uma notícia em rápida e condensada leitura do primeiro parágrafo. Sua leitura pode, também, “fisgar” o interesse do leitor e persuadi-lo a ler a matéria, até o final.
3.3- CONTEÚDO
  Na construção do lead, o redator deve responder às questões básicas da informação: o quê, quem quando, onde. As demais perguntas básicas, dada sua natureza – as circunstâncias (como) e as causas (por que) – podem ser respondidas nos parágrafos posteriores, ou mesmo deixarem de ser contemplados na primeira notícia acerca de um fato, dependendo da natureza deste.
  Para Fraser Bond (19??), o redator deve observar cinco exigências do lead:
· “apresente um resumo do fato
· identifique os lugares e as pessoas envolvidas
· destaque o toque peculiar da história
· dê as mais recentes notícias do acontecido
· e, se possível, estimule o leitor a continuar lendo o resto da reportagem.”
  Podemos ainda acrescentar outra função do lead: situar a notícia em um contexto mais amplo, esclarecendo o leitor a respeito de fatos passados ou de fatos interligados. Estes últimos tanto podem ser passados quanto simultâneos à notícia.
3.4- TIPOS DE LEAD   Há várias maneiras de introduzir uma matéria jornalística. Portanto, há diversos tipos de lead. Vejamos algumas classificações, segundo os autores abaixo:
3.4.1- FRASER BOND
  Entre os principais tipos, o autor destaca os seguintes:
(1) CONSENSADO (INTEGRAL)
  Sumariza todos os fatos principais de maneira clara e sempre uniforme. É muito comum nos despachos internacionais. Ex.:
Subiu a 545 o número de mortos no terremoto que atingiu anteontem a região centro-sul do Irã, deixando mais de 600 geridos, alguns inválidos, e destruindo totalmente três aldeias. Segundo as autoridades, serão necessários vários meses para que os 4.500 sobreviventes das 12 cidade atingidas  possam levar uma vida norma. (OESP, 22/12/77)
(2) DE APELO DIRETO (PESSOAL, INTIMISTA)
  Utiliza o interesse da participação do leitor, a ele se dirigindo diretamente. Ex.:
Se você pretende viajar no seu carro neste fim de semana, encha o tanque mais cedo. Por determinação do Ministério das Minas e Energia, os postos de todos o Brasil funcionarão apenas até as 17:00 horas desta sexta-feira.
(3) CIRCUNSTANCIAL
Dá ênfase às circunstâncias nas quais ocorreu a história a ser narrada. Estilo característico das matérias com um toque humano mais acentuado, ou seja, que apelam ao emotivo. Ex.:
Embora tivesse medo de magoar seu marido, vasco doente. Maria da Silva não conseguiu contar uma expressão de alegria quando o radinho de pilha anunciou o primeiro gol de Zico. Sua simpatia pelo Flamengo de divórcio na 2ª Vara da Família.
(4) DE CITAÇÃO DIRETA ou “ENTRE ASPAS”
Começa com uma declaração ou citação, que reflete o aspecto principal das idéias da pessoa focalizada. Esta prática, muito comum na maioria dos jornais, esteve condenada por algum tempo, pelas normas de redação do Jornal do Brasil, “salvo nos casos em que a frase ou a citação estejam destinadas a passar à História (o que, aliás, é sempre duvidoso, e implica julgamento temerário).”
  Para Nuno Crato (1982), esse tipo de lead só deve ser empregado quando a notícia se revela de natureza  delicada ou controversa. O exemplo seguinte é de Lago Burnett (1985, p.25)
“Bem-aventurados os pobres de espírito porque deles é o Reino dos Céus”, afirmou ontem, a certa altura do seu Sermão da Montanha, o Rabi da Galiléia, perante uma multidão de molhares de pessoas, entre as quais, seus assessores de imprensa – Lucas, Mateus, Marcos e João – que documentam a precatória para posterior publicação em livro.
  Outra maneira, muito usada, de inserir uma declaração no lead é deixá-la para o início do segundo parágrafo, precedida de travessão.
(5) DESCRITIVO
  Apresenta uma visão do lugar onde a notícia ocorreu (descrição do cenário) e descreve as pessoas nela envolvidas. A descrição das pessoas pode ser de ordem física, mas também de ordem psicológico-comportamentais. Ex.:
De bermudas, tênis Adidas e uma camisa de malha, o ex-Chefe do Gabinete Militar da Presidência da República deu ontem sua primeira entrevista política (...) (JB, 10/01/87)
3.4.2- NUNO CATRO
(1) INFORMATIVO: Quando resume o essencial da matéria.
(2) INICIATIVO: Não resume o essencial; antes, chama a atenção do leitor para um ou vários aspectos particulares que, contudo, dão idéia do tema que vai ser
desenvolvido. As regras acerca desse tipo de lead são vagas. No entanto, Nuno Crato encontrou, através de pesquisas, as seguintes características desse tipo de abertura:; entrada curta (relativamente ao texto); pormenores característicos, como declarações que dêem idéia da matéria; descrições históricas ou de natureza social, que introduzam o tema.
(3) CITAÇÃO: já descrito acima.
3.4.3- OUTROS TIPOS
Vários outros tipos de lead podem ser ainda lembrados, como os seguintes:
  a) Ativador de interesse, sensacionalista ou de impacto: começa com um item de peso emocional, capaz de captar a atenção para o texto;
  b) Numeração: relaciona os principais assuntos da matéria, numerados em linhas separadas;
  c) Por contraste: contrapõe elementos contraditórios – opiniões, informações circunstâncias, etc. – para obter um efeito expressível;
  d) Originais (segundo Fraser Bond): fogem a qualquer classificação, por serem “variações excêntricas da norma primitiva.”
4- O LEAD E O ESTILO JORNALÍSTICO
4.1- DEFENSORES/CONTESTADORES
  A validade do lead no moderno jornalismo é contestada por alguns, que o consideram “quadrado”, elementos aprisionador da criatividade do jornalista. Seus defensores, por outro lado, consideram-no, ainda hoje, a melhor técnica jornalística de abertura do texto informativo, um recurso de validade sempre renovada, desde que usado inteligentemente. Em defesa do lead, costuma-se alegar a versatilidade dos seus elementos, não sendo considerado, portanto, um modelo “quadrado”.
4.2- TRADIÇÃO/CRIATIVIDADE
Realmente, nada impede que seja criativamente alterada a ordem dos elementos da fórmula ultradireta do lead tradicional (representada pela fórmula “3Q – CO – PR, ou seja, quem faz o quê e quando, seguindo-se as explicações de como, onde e por quê). Além de se trazerem para o lead somente as informações mais fundamentais da notícia, é possível obter um impacto maior, dispondo-se essas informações também em ordem de importância, na própria construção do lead. Assim, a relação poderá ser iniciada com o por quê, o como, ou com qualquer dos elementos da informação, de acordo com o assunto e as circunstâncias em que os um dos elementos em relação aos demais. Na própria seleção dos elementos a serem incluídos no lead, o redator põe em jogo a sua criatividade.
  O estilo jornalístico implica geralmente regras expressas sobre a confecção do lead: suas dimensões (número mínimo e máximo de linhas), a divisão em dois parágrafos (lead e sublead), a disposição dos seus elementos, etc.
5- SUBLEAD
5.1- CONCEITO/ORIGEM
  Segundo parágrafo do texto jornalístico, resultante do desdobramento do lead. O sublead é criação do jornalismo brasileiro, e inexistia na imprensa norte-americana e também na inglesa, de onde importamos a técnica do lead, na década de 50.
5.2- FUNÇÃO
 Existem posições discordantes sobre sua importância e sua função no texto do jornal. O sublead é considerado, por alguns, apenas um recurso gráfico (“uma ficção tipicamente regionalista”, segundo Lago Burnett (op. cit., p.23), destinado a situar melhor a notícia, visualmente, dentro da página. Outros o consideram um recurso de grande valor para a articulação do texto: um parágrafo imediato ao lead, “(...) onde se agrupam os fatos cuja ordem de importância é inferior aos do lead ou onde se desenvolvem aqueles fatos
mencionados anteriormente.” – Juvenal Portela. Nesta acepção, o sublead tem a função de disciplinar o desenvolvimento da narrativa, como um pescoço equilibra a cabeça (o lead) em relação ao corpo da notícia.
6- SUÍTE
  Ato ou efeito de desdobrar uma notícia já publicada anteriormente pelo próprio ou por outro. Técnica de dar continuidade à apuração de um fato (já noticiado), que continua sendo de interesse jornalístico, mediante o acréscimo de novos elementos, para a atualização do fato inicial e seus subseqüentes.